O estudo internacional, agora publicado na revista científica Nature Communications e desenvolvido nas arribas calcárias da Península de Peniche e no furo de sondagem Mochras, no País de Gales, revela o fenómeno anóxico marinho e de perturbação do ciclo do dióxido de carbono ocorrido no Toarciano (Jurássico Inferior), há cerca de 182 milhões de anos.
Este evento, que terá durado aproximadamente 1 milhão de anos, foi o desencadeador de um importante fenómeno de extinção, em ambiente marinho, à escala global.
A investigação, baseada no estudo de fragmentos orgânicos de origem continental contidos ao longo da sucessão marinha carbonatada, revela um aumento bastante significativo de materiais carbonosos, provenientes de incêndios naturais, numa posição temporal contemporânea nos dois já referidos locais de estudo, permitindo a datação do fim do evento de anoxia.
Jurassic Palaeo-map of the sample localities and relative site stratigraphies for the Mochras and Peniche sections. Baker et al. (2017). |
Esta nova descoberta contribui para a compreensão das interacções entre os diferentes subsistemas terrestres num mundo actual onde as alterações climáticas são bem já sentidas e visíveis.
Abstract: The Toarcian Oceanic Anoxic Event (T-OAE) was characterized by a major disturbance to the global carbon(C)-cycle, and depleted oxygen in Earth’s oceans resulting in marine mass extinction. Numerical models predict that increased organic carbon burial should drive a rise in atmospheric oxygen (pO2) leading to termination of an OAE after ∼1 Myr. Wildfire is highly responsive to changes in pO2 implying that fire-activity should vary across OAEs. Here we test this hypothesis by tracing variations in the abundance of fossil charcoal across the T-OAE. We report a sustained ∼800 kyr enhancement of fire-activity beginning ∼1 Myr after the onset of the T-OAE and peaking during its termination. This major enhancement of fire occurred across the timescale of predicted pO2 variations, and we argue this was primarily driven by increased pO2. Our study provides the first fossil-based evidence suggesting that fire-feedbacks to rising pO2 may have aided in terminating the T-OAE.
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