As pegadas de dinossauros carnívoros mostra que existiam dois gigantes e dispersão entre África e Europa durante o Jurássico Superior
Trilhos e pegadas de dinossauro terópodes do jurássico superior são muito comuns no Norte da África e na Europa. Dois icnotaxa recentemente descritos, Megalosauripus transjuranicus e Jurabrontes curtedulensis, do Kimmeridgiano da Suíça mostram a coexistência de dois predadores no mesmo paleoambiente e pegadas semelhantes podem ser encontradas na Península Ibérica e do Marrocos.
No artigo Late Jurassic globetrotters compared: A closer look at large and giant theropod tracks of North Africa and Europe publicado no Journal of African Earth Sciences foram exploradas ainda mais as semelhanças entre os ichnotaxa suíços e as outros trilhos da Alemanha (Kimmeridgiano), Espanha (Titoniano-Berriasiano), Marrocos (Kimmeridgiano) e Portugal (Oxfordiano-Titoniano) através de novas comparações de dados tridimensionais. Este artigo liderado por Matteo Belvedere e que contou com a participação de paleontólogos da Suíça, Espanha e Portugal: Diego Castanera, Christian A.Meyer, Daniel Marty, Octávio Mateus, Bruno Camilo Silva, Vanda F. Santos, e Alberto Cobos. A icnologia digital permitiu a comparação 3D de trilhos de diferentes caminhos e paleoambientes e as revisões icnotaxonómicas beneficiam com a icnologia digital. Os espécimes foram agrupados em dois morfotipos: 1) grande e grácil (30 <Comprimento do Pé <50cm) e 2) gigante e robusto (FL> 50cm).
As análises mostram uma grande sobreposição morfológica entre estes dois morfotipos e os icnotaxa suíços (Megalosauripus transjuranicus e Jurabrontes curtedulensis, respectivamente), mesmo com diferenças no ambiente sedimentar e na idade. Ou seja, as análises mostram que havia dois tipos de predadores de topo nesses paleoambientes. Isto sugere uma ocorrência generalizada de icnotaxa semelhante ao longo da margem ocidental de Tétis durante o Jurássico Superior. Os novos dados suportam a hipótese de uma troca de fauna Gondwana-Laurásia durante o Jurássico Médio ou início do Jurássico, e a presença de rotas migratórias ao redor do Tétis. A dispersão de fauna entre o Gondwana e a Laurásia são prováveis, mas as rotas não são evidentes.
As análises mostram uma grande sobreposição morfológica entre estes dois morfotipos e os icnotaxa suíços (Megalosauripus transjuranicus e Jurabrontes curtedulensis, respectivamente), mesmo com diferenças no ambiente sedimentar e na idade. Ou seja, as análises mostram que havia dois tipos de predadores de topo nesses paleoambientes. Isto sugere uma ocorrência generalizada de icnotaxa semelhante ao longo da margem ocidental de Tétis durante o Jurássico Superior. Os novos dados suportam a hipótese de uma troca de fauna Gondwana-Laurásia durante o Jurássico Médio ou início do Jurássico, e a presença de rotas migratórias ao redor do Tétis. A dispersão de fauna entre o Gondwana e a Laurásia são prováveis, mas as rotas não são evidentes.
As pegadas Jurabrontes curtedulensis são possivelmente feitas pelo terópode Torvosaurus gurneyi.
Artigo:
Belvedere, M., Castanera, D., Meyer, C.A., Marty, D., Mateus, O., Silva, B.C., Santos, V.F. and Cobos, A., 2019. Late Jurassic globetrotters compared: A closer look at large and giant theropod tracks of North Africa and Europe. Journal of African Earth Sciences, p.103547.
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