Se estamos à procura de emprego, as perguntas essenciais nos nossos dias são:
O meu emprego está em risco devido à inteligência artificial?
Os computadores e robots vão substituir o emprego que eu quero?
No influente artigo de 2017 "The future of employment: how susceptible are jobs to computerisation?" os autores Carl Benedikt Frey & Michael Osborne examinaram como os empregos são suscetíveis à informatização, implementando uma nova metodologia para estimar a probabilidade de informatização de 702 empregos. Com base nessas estimativas, eles examinam os impactos esperados da informatização futura sobre os resultados do mercado de trabalho dos EUA, com o objetivo principal de analisar o número de empregos em risco e a relação entre a probabilidade de informatização, salários e níveis de escolaridade de uma ocupação. Os três parâmetros medidos foram parcelas de inteligência social, inteligência criativa e percepção e manipulação.
De acordo com suas estimativas, cerca de 47% do total de empregos nos EUA está em risco.
Os valores oscilam entre 0.28% de risco de os terapeutas recreativos perderem o seu emprego para os robots e computadores e 99% de risco dos empregos de telemarketing deixarem de ser feitos por pessoas.
Estas são as estimativas para algumas das 702 ocupações:
0.28% Terapeutas recreativos
0.77% Arqueólogos e antropólogos
0.78% Professores de escola secundária
1.5% Cientistas biólogos
14% Engenharia Geológica e Minas
30% Zoólogos
59% Técnicos de museologia e conservadores
91% Técnicos e geólogos de petróleo
99% Telemarketing
Os resultados dos 702 empregos podem ser consultados em https://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/downloads/academic/The_Future_of_Employment.pdf
Não há estimativa para paleontólogos, mas indicam 0.77% para arqueólogos e antropólogos, que
é um dos valores mais baixos. É bem verdade que o objecto de estudo é bem diferente entre a arqueologia que estuda os humanos e seus vestígios e a paleontologia que estuda os fósseis e seres extintos.
Inteligência artificial e paleontologia. Montagem. Fonte: https://media.defense.gov e www.kisspng.com |
É por isso razoável propôr os mesmos valores: há 0.77% de probabilidade de a paleontologia ser substituída por inteligência artificial (IA).
Sabemos contudo que a IA e métodos de Deep Learning podem contribuir na identificação de ossos, caracteres anatómicos, preparação mecânicas, etc. A IA já é usada na paleontologia, sobretudo na micropaleontologia:
https://www.scientificamerican.com/article/artificial-intelligence-used-home-in-new-fossil-sites/
https://mc.ai/artificial-intelligence-paleontology-use-deep-learning-to-search-for-microfossils/
Mas o facto da paleontologia ser uma ocupação com poucos profissionais (em comparação os milhares de professores ou vendedores, por exemplo) a probabilidade de investimento em grandes projectos de aplicação de AI em paleontologia é também menor.
Mais uma razão para estudar no Mestrado em Paleontologia.
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