No dia 19 de Dezembro de 2016, a nossa paleontóloga Rita Vilas Boas defendeu a sua dissertação intitulada “Tartarugas do Jurássico Superior de Portugal” na Faculdade de Ciências e Tecnologia de Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), Caparica, obtendo uma aprovação por unanimidade por 18 valores. A dissertação resulta da tese do Mestrado de Paleontologia em associação entre a FCT-UNL e a Universidade de Évora, orientada por Octávio Mateus e com grande enfoque nas tartarugas fósseis do Museu da Lourinhã.
Rita Vilas Boas na defesa da sua tese de mestrado aos 19 de Dezembro de 2016 |
Paulo Legoinha, Octávio Mateus, Rita Vilas Boas e Luís Ceríaco |
A defesa desta tese atraiu um público interessado, sobretudo de estudantes de paleontologia, família e amigos |
Parabéns Rita Vilas Boas!
Resumo:
Os sedimentos litorais do Jurássico Superior de Portugal, sobretudo do Kimmeridgiano e Titoniano, mostram um registo único e rico de tartarugas. Até ao momento, foram identificadas fósseis de Paracryptodira (Pleurosternidae), Eucryptodira basal (Plesiochelyidae e Hylaeochelys) e Pleurodira (Platychelyidae). Descrevem-se aqui quatro espécimes inéditos que compreendem carapaças e plastrão de tartarugas do Jurássico Superior da Bacia Lusitaniana do Membro da Praia Azul da Formação da Lourinhã. Os quatros espécimes do Museu da Lourinhã foram preparados, analisados e descritos, permitindo a sua identificação e classificação filogenética. O esqueleto craniano e apendicular continua raro e pouco conhecido. Estes espécimes são atribuídos a Pleurosternidae Selenemys lusitanica, a Plesiochelyidae Plesiochelys e Craspedocheys e a Eucriptodira basal Hylaeochelys kappa o que é coerente com o já previamente reportado para a Bacia Lusitaniana. O espécime Selenemys lusitanica ML1247 e o holótipo de Selenemys lusitanica são os únicos espécimes de Pleurosternidae identificados no registo europeu do Kimeridgiano superior. O espécime de Hylaeochelys kappa ML2033 tem caracteres distintos do holótipo de H. kappa, considerados aqui como variação interespecífica. Além disso, Hylaeochelys kappa ML2033 é a ocorrência de Hylaeochelys mais antiga conhecida, sugerindo que a origem do género poderá ser ibérica. Os espécimes Plesiochelys sp. ML425 e Craspedocheys sp. ML2164 não poderam ser identificados a nível específico devido à sua condição fragmentada. Plesiochelyidae ocorre sobretudo em níveis transgressivos e de influência marinha, o que sugere um habitat marinho costeiro e alguma colonização marinha das tartarugas no Jurássico Superior, em linhagens que não deram origem às tartarugas marinhas do Cretácico Superior nem actuais, que têm uma carapaça mais fenestrada e leve.
Provas de Mestrado em Paleontologia de Rita Isabel Rodrigues Vilas Boas
Dissertação: "Tartarugas do Jurássico Superior de Portugal"
Constituição do Júri:
Presidente: Doutor Paulo Legoinha, FCT-UNL
Vogais: Doutor Luís Miguel Pires Ceríaco, Investigador Pós-Doutorado, Villanova University, PA, EUA, e Doutor Octávio Mateus, Professor FCT-UNL.
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