sábado, janeiro 19, 2008

Mais dinossauros... (re-post)

Reposição de um texto de Vasco Ribeiro no seu blog: http://vascoribeiro.blogspot.com/2008/01/mais-dinossauros.html


Na primeira página da edição nº 1009 de 18 de Janeiro do Jornal Alvorada é apresentada uma foto de senhores que não conheço de lado nenhum, com o título "Dinossauros divertidos".
Vou direito ao assunto. Em Maio vão passar quinze anos sobre a descoberta do famoso ninho de dinossauros em Paimogo. Nunca me poderei esquecer do ar de mistério do Horácio quando me mostrou o que parecia ser um ovo esmagado e depois quando o levei de carro ao local sob a sua orientação. E as peripécias que rodearam a sua descoberta. Nesse mesmo dia encontramos o que pareciam ser ossos minusculos, embora eu tivesse a certeza que seriam. Sonhei, pois percebi de imediato o que tinhamos em mãos.
Realizamos escavações nos verões de 1994, 95 e 96. Em 1997 sai uma comunicação preliminar na Academia de Ciências de Paris. Em Abril de 1998 realizámos uma comunicação mais vasta e completa na Academia de Ciências de Lisboa.
Em Setembro de 1999 obtenho o grau de licenciado em Engenharia Geológica e vou trabalhar para os túneis do IP3 em Castro Daire (Viseu) e sigo a minha vida profissional. Nunca mais colaborei neste ou noutro projecto do GEAL, embora associado nº22, pois entendi que a minha carreira profissional estava primeiro.
Mas porque não continuei no projecto?
Primeiro porque desde 1983 tinha colaborado, embora com intervalos, de forma activa, mas queria ser profissional.
Segundo, nunca entendi que o GEAL como associação tivesse capacidade para partir para investimentos avultados.
Terceiro, depois de licenciado proposeram-me um estágio profissional, como se tivesse que provar alguma coisa, e eu também não estava disposto a ficar sujeito a bolsas de estudo.
Quarto e mais importante, nunca senti que o poder local estivesse verdadeiramente empenhado em pegar nas ideias, por desinteresse, ignorância ou incompetência e eu nunca tive jeito para D. Quixote, o tal que lutava contra moinhos de vento.
Juntando a isto tudo, a evolução do GEAL, que têm sido publicadas neste jornal, com artigos de opinião, só me resta corrigir o título e parafraseando o adágio popular "Santos da casa não fazem milagres".
O que poderia ser um investimento local, passa a ser um investimento externo para onde irão os dividendos e quando não der dinheiro fecha-se. Olhem para a ousadia e visão da autarquia de Mora que montou um Fluviário por 6 milhões de euros e já passou os 100 mil visitantes.
Serão os senhores da foto os heróis da história? Quantos mais quinze anos se passarão?
Como referiu o Sr. Dário de Matos no número anterior, a Isabel Mateus já há muitos anos tinha partilhado essa ideia do parque temático. A diferença é que agora há dinheiro, mas talvez já não haja tempo.
A todos os que colaboraram e colaboram com o GEAL e o Museu um grande obrigado! Mas preparem-se para o pior quando o dinheiro começar a ditar as leis...

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