terça-feira, dezembro 09, 2008

Pterossauro gigante descoberto no Brasil



http://dn.sapo.pt/2008/12/05/ciencia/pterossauro_gigante_descoberto_brasi.html

Pterossauro gigante descoberto no Brasil


FILOMENA NAVES
Paleontologia. Investigador da universidade de Portsmouth estudou um crânio fossilizado gigante descoberto há anos no Brasil e, com isso, deu uma nova espécie de pterossauro à ciência. Este era o maior réptil voador sem dentes que há 115 milhões de anos cruzava os céus do planeta. Os seus parentes mais próximos conhecidos foram descobertos na China
Estava há vários anos no museu de ciências naturais de Karls- ruhe, na Alemanha, mas foi no Nordeste do Brasil, na formação rochosa de Crato, em Araribe, que o fóssil de pterossauro foi originalmente descoberto. Mark Witton, paleontólogo da universidade de Portsmouth, decidiu estudar aquele enorme crânio fossilizado e com isso deu uma nova espécie de pterossauro à ciência.

Witton chamou-lhe Lacusovagus (que significa emigrante marinho) porque há 115 milhões de anos aquele enorme réptil voador vivia numa região coberta por água. 

Os resultados do estudo foram publicados na edição de Novembro da revista científica Paleontology.

No conjunto de todos os répteis voadores, o Lacusovagus tinha um tamanho médio mas, no seu próprio grupo (dos que não tinham dentes) este foi o maior até hoje identificado.

Este pterossauro podia chegar a ter cinco metros quando abria asas, ocupando assim o espaço idêntico a um monovolume. 

"Alguns fósseis desta família de répteis encontrados anteriormente na China não têm mais de 60 centímetros, ou seja, têm a dimensão do crânio que agora estudámos", explicou Mark Witton, citado pela Science Daily, sublinhando que "este reduz ao tamanho de anões todos os outros animais desta família que conhecíamos anteriormente".

A decisão de estudar este crânio por parte do paleontólogo norte-americano surgiu na sequência de um pedido que lhe foi feito nesse sentido. 

O seu estado de conservação, bastante fragmentado, tal como fora encontrado em Crato, não ajudou muito ao seu trabalho, como o próprio paleontólogo confessou.

"Este fóssil estava esmagado em parte, o que tornou até difícil verificar que originalmente não possuía dentes", contou Witton. Mas a grande dimensão do crânio é inquestionável e essa característica, segundo o investigador, sugere que os hábitos alimentares do animal deveriam incluir presas de grande dimensão também. 

Não há certezas, no entanto, e o paleontólogo reconhece que será necessário estudar outros fósseis da mesma espécie para avaliar esse tipo de características.

O cientista não esconde, no entanto, o entusiasmo que a descoberta lhe causou e a importância que tem para a ciência. "A descoberta de um fóssil como este no Brasil , uma região muito distante daquela em que encontrámos anteriormente os seus parentes mais próximos, demonstra que sabemos realmente muito pouco sobre a evolução, a distribuição e a História deste fascinante grupo de criaturas".

A sua descoberta num local onde, além do mais, se sabe existirem outros fósseis ainda não estudados, mas que estarão bem preservados, é outro sinal de bom augúrio para o estudo futuro destes animais pré-históricos, abrindo a possibilidade de novos conhecimentos nesta área. Estudado o exemplar do museu, há todo um passado à espera de ser descoberto no Crato.|

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