O Museu da Lourinhã disponibiliza-se a dar apoio as coleccionadores privados para que a recolha de fósseis seja feita com qualidade e para que seja salvaguardada a informação científica e a preservação dos fósseis, incentivando, por outro lado, a que os fósseis mais importantes cientificamente sejam doados a um museu ou universidade.
Os coleccionadores amadores e voluntários são incentivados a trabalhar em estreita sintonia e colaboração com o Museu da Lourinhã.
O tema das colecções privadas de fósseis é delicado, com muitas subtilezas, porque encontram-se duas realidades em confronto e que nem sempre são compatíveis: interesse científico e colecções privadas.
Por um lado o interesse científico requer que os fósseis estejam acessíveis à sociedade científica e que seja conhecida a proveniência exacta e recolhidos por um especialista para evitar a perda de informação relevante. Por outro lado, estão as colecções privadas que, muitas vezes, retiram os fósseis do seu contexto geológico, e retirando-lhes o enquadramento científico.
Quando em estreita colaboração com os paleontólogos, os coleccionadores são elementos imprescindíveis e de um valor inestimável. Caso sejam bem coordenados, os voluntários e coleccionadores amadores são os olhos e ouvidos dos cientistas. Eles garantem a presença nos locais e o entusiasmo que devia ser constante em todos os investigadores.
O lado negativo é que coleccionadores privados muitas vezes alimentam um mercado que deseja encontrar os fósseis mais apelativos e mais lucrativos em detrimento de fósseis importantes cientificamente mas pouco atractivos visualmente e, por isso, pouco lucrativos, destruindo assim, importantes jazidas e espécimes.
Os paleontólogos não devem promover o comércio de fósseis originais, evitando comprar exemplares fósseis ou só fazendo-o em casos absolutamente excepcionais e pontuais. Vender, ou promover a venda de fósseis originais é ainda mais criticável para um cientista ou instituição científica cujo os objectivos mais nobres são o avanço do Conhecimento e não a alienação de património geológico para situações inacessíveis aos meios científicos, como é o caso da maioria das colecções privadas. Os paleontólogos têm igualmente o dever e o direito de manter reservadas, para o grande público, as localizações críticas que possam conduzir à recolha comercial de fósseis.
Por outro lado, os museus e universidades têm a obrigação de colaborar com os coleccionadores privados, dando-lhe conhecimentos técnicos de recolha e preparação de fósseis de forma a salvaguardar a qualidade dos fósseis recolhidos por estes, incentivando-os a doarem as peças mais importantes à Ciência.
Carta de Princípios Éticos do Museu da Lourinhã
1- O Museu da Lourinhã não vende ou compra fósseis originais nem promove o comércio de fósseis ou eventos que o façam.
2- O Museu da Lourinhã não contribui para o aumento significativo de colecções privadas que não estejam acessíveis à comunidade científica.
3- O Museu da Lourinhã reconhece a importância local do património geológico, como mais-valia científica, cultural e económica para as regiões fossilíferas.
4- O Museu da Lourinhã é contra a alienação de património nacional para fora de Portugal, endividando esforços para que importante património fóssil em colecções estrangeiras regresse a Portugal.
5- O Museu da Lourinhã deverá colaborar com voluntários e coleccionares privados na salvaguarda do património fóssil.
1 comentário:
há dias recolhi numa praia de Alcobaça,oito fósseis-coleoides-belmnites.Estão muito bem conservados.Gostaria de saber se são muito vulgares ou não.
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