sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Aviatyrannis jurassica

Foi descrito em 2003 um novo género e espécie de tiranossaurídeo sob o nome
Aviatyrannis jurassica.

MATERIAL:
O holótipo é um ílio direito incompleto com 90 mm (IPFUB Gui Th 1; Fig. 63)
da Guimarota (Rauhut, 2000: 79). Outros elementos foram atribuídos a esta
espécie por Rauhut (2003: 905 e 906): ílio incompleto (IPFUB Gui Th 2),
ísquio direito incompleto (IPFUB Gui Th 3) e dentes pré-maxilares de
Guimarota; ílio incompleto da Dakota do Sul.


Proveniência: Mina da Guimarota (Leiria).
Idade: Kimeridgiano/Titoniano: Camadas de Alcobaça.
Referências: Madsen (1974), Chure e Madsen (1998), Foster e Chure (2000),
Rauhut (2000), Rauhut (2003).

Etimologia: Do latim, Avia = avó; tyrannis forma do genitivo tyrannus,
tirano; jurassica refere a idade.


DISCUSSÃO
Visto inicialmente como Stokesosaurus o ílio (IPFUB Gui Th 1) é material
tipo de Aviatyrannis jurassica Rauhut (2003).

Concordamos com a atribuição deste espécime a um tiranossauróide mas a
utilização de um osso incompleto e isolado parece insuficiente para a
atribuição de um novo género. Seria mais prudente a combinação Stokesosaurus
jurassica.

A diagnose do género Stokesosaurus é: "Relatively small theropod, with
maximum adult length of no more than 4 meters; ilium with distinct median
vertical ridge that bridges hood of acetabulum with dorsal margin of the
blade; blade extremely thin on either side" Madsen (1974)".

Aviatyrannis, de Portugal, e Stokesosaurus, da Formação de Morrison
nos EUA, representam os mais antigos tiranossauróides conhecidos.

Rauhut (2003) sugere que a origem dos tiranossauróides poderá
provir do Jurássico médio e superior da Europa/América do Norte.



A possível atribuição de um ílio recolhido na Dakota do Sul (de
paradeiro actualmente desconhecido) a este táxone eleva o primeiro género de
um dinossauro do Jurássico superior português a ser identificado fora do
país. Por outro lado o holótipo de Stokesosaurus, o espécime de Dakota do
Sul e o material português poderão ser congenéricos em que a variação
morfológica representa variedade intragenérica associada à mudança
ontogenética. O espécime da Guimarota é o mais pequeno de todos (ílio com
cerca de 90 mm) e é possível que as suas diferenças sejam sobretudo
ontogenéticas.

Esta questão só será devidamente esclarecida com a recolha de novo material.


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