Viveu em Portugal há 150 milhões de anos e um novo estudo mostra que Machimosaurus hugii, de nove metros, era o maior crocodilomorfo (grupo que inclui os crocodilos) do Jurássico. O estudo foi liderado por Mark Young da Universidade de Edinburgh, e no qual participou o paleontólogo português Octávio Mateus da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL.
É apresentado o ponto da situação, o estado da arte, relativamente a este género de crocodilomorfo que era conhecido desde há muito, mas mal compreendido.
Descobre-se com esta investigação que este Machimosaurus evoluiu numa sucessão cronológica, geográfica e de espécies, num processo semelhante ao género Crocodylus actual. Ou seja, cada espécie do género Machimosaurus viveu num território e idade ligeiramente distinta. Em Portugal temos os mais antigos e os maiores espécimes deste género.
Apresenta-se uma nova "arrumação" taxonómica das espécies conhecidas dentro do género, com novas caracterizações e detalhes, e com isso compreende-se que existiu uma nova espécie a que se dá o nome Machimosaurus buffetauti da França e Alemanha, e confirma-se a validade de outras restantes, nomeadamente M. mosae e M. hugii.
Embora aparentados, tecnicamente os Machimosaurus não são verdadeiros crocodilos mas são crocodilomorfos, ou seja um grupo que inclui os crocodilos actuais e também espécies mais primitivas.
O estudo é publicado na Royal Society Open Science por paleontólogos de Inglaterra, França, Portugal, Alemanha, Suíça e Brasil, num trabalho que começou há cerca de dois anos. Ver notícia no Jornal Público. Apesar de relatado noutras notícia de fraco jornalismo, este não é o mais antigo dos crocodilos.
Espécies de Machimosaurus, sendo a maior o M. hugii, de Portugal |
Dente de Machimosaurus hugii (espécime Museu da Lourinhã) |
Crânio de Machimosaurus buffetauti n. sp. |
Abstract
Machimosaurus was a large-bodied genus of teleosaurid crocodylomorph, considered to have been durophagous/ chelonivorous, and which frequented coastal marine/estuarine ecosystems during the Late Jurassic. Here, we revise the genus based on previously described specimens and revise the species within this genus. We conclude that there were three European Machimosaurus species and another taxon in Ethiopia. This conclusion is based on numerous lines of evidence: craniomandibular, dental and postcranial morphologies; differences in estimated total body length; geological age; geographical distribution; and hypothetical lifestyle. We re-diagnose the type species Machimosaurus hugii and limit referred specimens to only those from Upper Kimmeridgian–Lower Tithonian of Switzerland, Portugal and Spain. We also re-diagnose Machimosaurus mosae, demonstrate that it is an available name and restrict the species to the uppermost Kimmeridgian–lowermost Tithonian of northeastern France. We re- diagnose and validate the species Machimosaurus nowackianus from Harrar, Ethiopia. Finally, we establish a new species, Machimosaurus buffetauti, for the Lower Kimmeridgian specimens of France and Germany (and possibly England and Poland). We hypothesize that Machimosaurus may have been analogous to the Pliocene–Holocene genus Crocodylus in having one large-bodied taxon suited to traversing marine barriers and additional, geographically limited taxa across its range.
Young, M. T., Hua S., Steel L., Foffa D., Brusatte S. L., Thüring S., Mateus O., Ignacio-Ruiz Omeñaca J., Lepage Y., Havilk P., & Andrade M. B. (In Press). Revision of the Late Jurassic teleosaurid genus Machimosaurus (Crocodylomorpha, Thalattosuchia). Royal Society Open Science..
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