Há certos momentos na vida em que nos deparamos com dilemas éticos clássicos. A uma venda de ossos originais de uma cauda de dinossauro na edição
Portugal é rico em dinossauros em comparação com outros países, mas ainda assim estes fósseis são raros e não são tão abundantes para que nos possamos dar ao luxo de os vender como se fosse uma mercadoria vulgar.
Eu tive a oportunidade de observar pessoalmente o espécime em causa, há já alguns anos. Conforme me foi relatado, a cauda e perónio deste dinossauro foram obtidos durante as terraplanagens realizadas pelos actuais detentores destes fósseis. Como paleontólogo, tinha aspiração de estudar aqueles ossos para melhor compreender o tipo de dinossauro e contribuir para o conhecimento da evolução e biologia destes animais. Contudo, o seu detentor sempre procurou o lucro a partir da venda a quem mais pagasse e estudar aquele dinossauro só iria aumentar o valor comercial do mesmo. Optei, deliberadamente, por me afastar.
Octávio Mateus
Paleontólogo
2 comentários:
Isto é da deontologia e ética, e nós temos culpas no cartório se pactuamos com este ataque descarado ao património natural!
Pena que não temos ainda ao nosso dispor os instrumentos legais para evitar este tipo de práticas.
R
apoiado! não à venda de fosseis. são património de todos...mas como alguém cantava "money makes the world goes round..." é assim k este planeta funciona.
e como não há cartilha dos direitos do património...é à portuga: kem der mais...leva para casa...
lex.continuo anti-humanidade
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