sábado, março 29, 2008

E quando se tem o pescoço comprido?


É bizarro existirem animais com um pescoço comprido... mais ainda quando nalguns casos extremos o pescoço é maior do que o próprio corpo, como é o caso do Tanystropheus encontrado em Itália. Ter um pescoço grande não só requer um enorme dispêndio de energia para suster toda a sua massa , mas é também um intrincado jogo de músculos e ossos para permitirem a sua flexibilidade. O que é curioso é que muitos animais no decorrer da evolução derivaram pescoços extremamente longos independentemente (leia-se não pertencendo ao mesmo clado natural, ou ainda, não possuindo um ancestral comum directo). É o caso dos saurópodes (dinossauros herbívoros quadrúpodes) , dos plesiossauros (répteis marinhos), pterossauros (répteis voadores), prolacertiformes (como o Tanystropheus) e, alguns mamíferos (como é claro: as girafas). São um exemplo magnífico da selecção natural: girafas com pescoços mais compridos eram seleccionadas em detrimento das girafas com pescoços mais curtos, ou mais precisamente, as girafas de epscoço mais comprido foram em média deixando maior número de descendentes que as de pescoço mais curto.
A questão mais óbvia será certamente: como é que estes animais desenvolveram pescoços assim? Existem várias maneira para isso acontecer: 1) vão sendo seleccionados indivíduos cujas vértebras cervicais (ou do pescço) vão sendo cada vez maiores; 2) vão sendo seleccionados indivíduos com cada vez mais vértebras cervicais (isto implica modificações importantes a nível genético); 3) as vértebras dorsais (das costas) tornam-se vértebras cervicais; 4) a cintura escapular (ou seja, o equivalente aos humanos, a clavícula e omoplata) vão sendo chegadas cada vez mais para trás (posteriormente, como dizem os anatomistas).
Um bom conselho para informações suplementares é este artigo dos nossos colegas Adam Smith e Nizar Ibrahim.

Vejam a lista de publicações e artigos em: www.plesiosauria.com/me.html
Imagem de Adam Smith.

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