Por Doutor Octávio Mateus
Investigador da Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã
omateus @ museulourinha . org
O Lourinhanosaurus é um dos dinossauros que viveu durante o Jurássico superior, há 150 milhões de anos, no território que hoje chamamos Portugal, mais concretamente na Lourinhã. O nome completo deste dinossauro é Lourinhanosaurus antunesi e é uma espécie única no mundo e apenas conhecida na Lourinhã, sendo o seu nome dedicado à vila. Embora latinizado, conforme as regras de zoologia, o nome significa literalmente “lagarto da Lourinhã, dedicado a [Miguel Telles] Antunes”. Este investigador é paleontólogo da Universidade Nova de Lisboa e Academia de Ciências de Lisboa e um dos mais prestigiados paleontólogos europeus. Além disso, é membro do Conselho Científico do GEAL há já quase dez anos.
O esqueleto de Lourinhanosaurus foi recolhido perto da Peralta nos anos oitenta pelo agricultor Luís Mateus que honrosamente o doou ao Museu da Lourinhã, prestando assim um importante contributo à Ciência. Em 1997, estudei este dinossauro como tema de investigação da minha licenciatura, uma série de características únicas levaram à conclusão que se tratava de uma nova espécie de dinossauro, podendo assim ser baptizado com um novo nome.
Nunca se recolheu todo o esqueleto de Lourinhanosaurus antunesi, mas sabemos que teria 4,5 metros de comprimento e cerca de 160 Kg de peso. Os estudos dos tecidos dos ossos sugerem que este dinossauro carnívoro era ainda jovem e possivelmente atingiria os 9 metros de comprimento.
O esqueleto do Lourinhanosaurus está no Museu da Lourinhã mas a sua réplica já esteve numa exposição temporária no Japão.
Embora fosse carnívoro, do grupo dos terópodes, este dinossauro tem uma característica típica de herbívoros: entre as costelas do Lourinhanosaurus descobriram-se gastrólitos, pedras estomacais que auxiliavam a moer os alimentos, e entre eles, quatro garras de um pequeno dinossauro herbívoro, a sua última refeição.
Também se conhecem ovos e embriões desta espécie, provenientes de um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo: o ninho de dinossauro descoberto em Paimogo.
A presença de embriões neste ninho, raríssima a nível mundial, permitiu identificar a espécie de dinossauro: um Lourinhanosaurus. O ninho de Paimogo, em exposição no Museu da Lourinhã, foi considerado pela revista norte-americana Discovery uma das 100 descobertas científicas mais importantes no ano de 1997.
Com mais de 200 ossos de embrião identificados, era possível, pela primeira vez, classificar a espécie de dinossauro a que pertenciam aqueles ovos jurássicos, além de responder a muitas perguntas que os cientistas colocavam sobre o crescimento, reprodução e comportamento de dinossauros. Os mais de 100 ovos sugerem que várias fêmeas do Lourinhanosaurus ponham todos os ovos no mesmo ninho comunitário, num comportamento semelhante ao que as avestruzes fazem actualmente.
Os pequenos Lourinhanosaurus atingiriam uma dimensão adulta (talvez com 8 metros) em menos de 10 anos, o que faz dos dinossauros os animais de crescimento mais rápido entre os vertebrados. Pode conhecer-se a idade dos dinossauros contando-se os anéis de crescimento lento dos ossos, num processo análogo àquele utilizado nos troncos de árvores.
Investigador da Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã
omateus @ museulourinha . org
O Lourinhanosaurus é um dos dinossauros que viveu durante o Jurássico superior, há 150 milhões de anos, no território que hoje chamamos Portugal, mais concretamente na Lourinhã. O nome completo deste dinossauro é Lourinhanosaurus antunesi e é uma espécie única no mundo e apenas conhecida na Lourinhã, sendo o seu nome dedicado à vila. Embora latinizado, conforme as regras de zoologia, o nome significa literalmente “lagarto da Lourinhã, dedicado a [Miguel Telles] Antunes”. Este investigador é paleontólogo da Universidade Nova de Lisboa e Academia de Ciências de Lisboa e um dos mais prestigiados paleontólogos europeus. Além disso, é membro do Conselho Científico do GEAL há já quase dez anos.
O esqueleto de Lourinhanosaurus foi recolhido perto da Peralta nos anos oitenta pelo agricultor Luís Mateus que honrosamente o doou ao Museu da Lourinhã, prestando assim um importante contributo à Ciência. Em 1997, estudei este dinossauro como tema de investigação da minha licenciatura, uma série de características únicas levaram à conclusão que se tratava de uma nova espécie de dinossauro, podendo assim ser baptizado com um novo nome.
Nunca se recolheu todo o esqueleto de Lourinhanosaurus antunesi, mas sabemos que teria 4,5 metros de comprimento e cerca de 160 Kg de peso. Os estudos dos tecidos dos ossos sugerem que este dinossauro carnívoro era ainda jovem e possivelmente atingiria os 9 metros de comprimento.
O esqueleto do Lourinhanosaurus está no Museu da Lourinhã mas a sua réplica já esteve numa exposição temporária no Japão.
Embora fosse carnívoro, do grupo dos terópodes, este dinossauro tem uma característica típica de herbívoros: entre as costelas do Lourinhanosaurus descobriram-se gastrólitos, pedras estomacais que auxiliavam a moer os alimentos, e entre eles, quatro garras de um pequeno dinossauro herbívoro, a sua última refeição.
Também se conhecem ovos e embriões desta espécie, provenientes de um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo: o ninho de dinossauro descoberto em Paimogo.
A presença de embriões neste ninho, raríssima a nível mundial, permitiu identificar a espécie de dinossauro: um Lourinhanosaurus. O ninho de Paimogo, em exposição no Museu da Lourinhã, foi considerado pela revista norte-americana Discovery uma das 100 descobertas científicas mais importantes no ano de 1997.
Com mais de 200 ossos de embrião identificados, era possível, pela primeira vez, classificar a espécie de dinossauro a que pertenciam aqueles ovos jurássicos, além de responder a muitas perguntas que os cientistas colocavam sobre o crescimento, reprodução e comportamento de dinossauros. Os mais de 100 ovos sugerem que várias fêmeas do Lourinhanosaurus ponham todos os ovos no mesmo ninho comunitário, num comportamento semelhante ao que as avestruzes fazem actualmente.
Os pequenos Lourinhanosaurus atingiriam uma dimensão adulta (talvez com 8 metros) em menos de 10 anos, o que faz dos dinossauros os animais de crescimento mais rápido entre os vertebrados. Pode conhecer-se a idade dos dinossauros contando-se os anéis de crescimento lento dos ossos, num processo análogo àquele utilizado nos troncos de árvores.
Sem comentários:
Enviar um comentário