quinta-feira, março 01, 2007

Porque é que Portugal tem tantos dinossauros?



Fala-se frequentemente da descoberta mais um vestígio de dinossauro no nosso país. Portugal é, de facto, um dos países mais ricos em dinossauros, sobretudo do Jurássico superior, e se compararmos a área do território. Os cinco países com mais espécies de dinossauros são os Estados Unidos, Canadá, China, Mongólia e Argentina. O nosso aparece atrás mas a área também é muito menor e, ainda assim, Portugal aparece em oitavo lugar nalgumas listas de países ordenadas por números de espécies de dinossauros.
Os dinossauros de Portugal vêm sobretudo dos afloramentos Jurássicos da região Oeste, com o “epicentro” na Lourinhã, que na altura era bastante diferente dos nossos dias.
Em pleno Jurássico Superior, há 150 milhões de anos, a região oeste era rica em água e vegetação, num clima semi-tropical, onde floresceram os dinossauros além de outros animais da época: peixes primitivos, anfíbios, crocodilos, tartarugas, pterossauros, ictiossauros, etc.
Conhece-se esta fauna e flora devido à sua fossilização em rochas que se depositam mais ou menos rapidamente, as rochas sedimentares. Nas rochas sedimentares a camadas mais profundas são as mais antigas.
Durante o Jurássico, a parte central do que é hoje Portugal, estava em plena subsidência, isto é, a afundar-se e a ser preenchido por sedimentos continentais. Foi esse acontecimento que criou uma bacia sedimentar denominada Bacia Lusitânica, área determinada pelos geólogos, com terrenos e rochas mesozóicas, que se estende do Cabo Espichel ao Cabo Mondego. A Bacia Lusitânica é, por excelência, uma área rica em dinossauros e outros animais Jurássicos e Cretácicos. Esse afundamento favorecia o enterramento natural dos cadáveres, ocorrência essencial na primeira fase da fossilização.


Mas os principais factores que favorecem a abundância de vestígios prendem-se com o afloramento actual das camadas mesozóicas, que noutros locais já desapareceu por erosão ou está muito abaixo da superfície. A distribuição geográfica dos vestígios está intimamente relacionada com a distribuição dos afloramentos geológicos, o tipo e idade das rochas que se encontram à superfície em determinado local. Nem todos os sítios têm o mesmo tipo de rochas; nalguns afloram rochas não sedimentares, ou seja, que não se formaram pela sedimentação mais ou menos lenta e progressiva de matérias não consolidados como poeiras, areias, pedras, restos de animais e plantas, etc.

1 comentário:

SILÊNCIO CULPADO disse...

É-me grato encontrar um blogue com este tema e, sobretudo, oferecendo informação sobre o valiosíssimo património da Lourinhã que não tem tido a divulgação que merece.