segunda-feira, março 27, 2017

Fotos do dia: modelos de dinossauros nas ruas da Lourinhã

Modelos à escala real de dinossauros nas ruas da Lourinhã (foto: Francisco Costa).

quinta-feira, março 23, 2017

Dinossauros em tamanho real vão invadir ruas da Lourinhã

Dinossauros em tamanho real vão invadir ruas da Lourinhã. Replicamos aqui integralmente a notícia da TVI:

Dinossauros à solta

São seis modelos, em tamanho real, vão ser colocados em diversas ruas, a partir da próxima segunda-feira


Seis modelos em tamanho real de dinossauros que viveram há 150 milhões de anos vão, a partir de segunda-feira, ser colocados em diversas ruas da Lourinhã para promover a ‘capital dos dinossauros', anunciou hoje a câmara.
O maior dinossauro, o carnívoro tiranossauro rex, tem 13 metros de comprimento e quatro de altura e vai ficar exposto frente aos Paços do Concelho, enquanto o mais pequeno, um carnívoro alossauro juvenil, tem 2,90 metros de comprimento e 1,30 metros de altura e pode ser visitado no Posto de Turismo da vila, disse o vereador do planeamento estratégico, Vital do Rosário, à agência Lusa. Os dinossauros do Jurássico Superior, período a que pertence a maior parte dos achados paleontológicos do concelho (distrito de Lisboa), vão ficar expostos até agosto.
Com a iniciativa, o município tem como objetivos "promover a Lourinhã como ‘capital dos dinossauros' e lançar o novo projeto museológico do Parque dos Dinossauros", cuja construção arrancou em janeiro e deverá abrir ao público no início de 2018.
"Estamos a cumprir os prazos previstos", afirmou em nota de imprensa Franz-Josef Dickmann, um dos promotores alemães, também detentores do Dinopark, um museu dos dinossauros localizado na cidade alemã de Münchenagen, e representante da empresa PDL, constituída para construir e gerir o Parque dos Dinossauros da Lourinhã.

Os seis modelos de dinossauros à escala real são os primeiros a chegar à Lourinhã dos cerca de 120 que o parque vai ter como uma das atrações turísticas. O projeto museológico corresponde a um investimento de 3,5 milhões de euros, dos quais dois milhões são financiados por fundos comunitários já aprovados, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização - COMPETE 2020.
O Parque Jurássico da Lourinhã vai ocupar, numa primeira fase, dez dos 30 hectares do terreno onde funcionou a antiga lixeira municipal.
Contempla a construção de um edifício com área de exposição de achados paleontológicos, loja e laboratório de preparação de fósseis e de um parque ao ar livre, para exposição de mais de uma centena de modelos de dinossauro em tamanho real. "O maior dinossauro terá um comprimento superior a 23 metros", adiantou Franz-Josef Dickmann.
Para o Turismo de Portugal, o Parque Jurássico da Lourinhã é um "projeto de características marcadamente diferenciadoras, tomando como base um recurso particularmente relevante do ponto de vista científico e histórico" - achados de dinossauros com 150 milhões de anos.
Para aquela entidade, o Parque dos Dinossauros da Lourinhã é visto como um projeto de "grande impacto para o desenvolvimento turístico da região", pela capacidade de atrair turistas e dinamizar a economia local. O parque deverá receber por ano 200 mil visitantes.
Desde há dez anos que a Câmara Municipal ambiciona ter um novo museu, para dar a conhecer os achados paleontológicos. Contudo, o projeto, cujas construção e abertura ao público chegaram a ser anunciadas várias vezes, tem vindo a ser adiado por falta de financiamento. O atual museu, por ser exíguo e não ter dimensão para expor toda a coleção de fósseis de dinossauro, atrai por ano 25 a 30 mil visitantes.

Fonte:
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/camara/dinossauros-em-tamanho-real-vao-invadir-ruas-da-lourinha

quarta-feira, março 22, 2017

Árvore dos dinossauros é abanada, com mudança radical na classificação

Até agora a classificação dos dinossauros tem sido estável numa coisa: o grupo Dinosauria divide-se em Ornithischia e  Saurischia. Mas toda essa sistemática é agora posta em causa num novo artigo publicado na revista Nature por Matthew G. Baron, David B. Norman e Paul M. Barrett "A new hypothesis of dinosaur relationships and early dinosaur evolution".
Nesta nova hipótese, os terópodes e os ornitísquios são um grupo-irmão (os Ornithoscelida) separado dos sauropodomorfos que começam a incluir Herrerasaurus. Isto é um grande abanão na árvore dos dinossauros, com rearranjo de grupos que se julgavam estáveis. Esta classificação muda todos os livros clássicos sobre dinossauros.


As novas definições dos clados passam a ser:

Dinosauria: The least inclusive clade that includes P. domesticus, T. horridus and D. carnegii
Ornithoscelida: The least inclusive clade that includes P. domesticus and T. horridus
Saurischia: The most inclusive clade that contains D. carnegii, but not T. horridus
Theropoda: The most inclusive clade that contains P. domesticus, but not D. carnegii or T. horridus
Ornithischia: The most inclusive clade that contains T. horridus, but not P. domesticus or D. carnegii
Sauropodomorpha: The most inclusive clade that contains D. carnegii,but not T. horridus, P. domesticus or H. ischigualastensis
Herrerasauridae: The least inclusive clade that includes H. ischigualastensis and Staurikosaurus pricei.



E algumas das sinapomorfias dos Ornithoscelida:

1, anterior premaxillary foramen; 2, diastema; 3, sharp ridge on maxilla; 4, jugal excluded from antorbital fenestra;5, anteroventrally oriented quadrate; 6, elongate quadrate–squamosal contact; 7, elongate paroccipital processes; 8, post-temporal foramen enclosed within paroccipital processes; 9, supraoccipital that is taller than it is wide; 10, foramen on lateral surface of dentary; 11, straightretroarticular process; 12, scapula, length>3× distal width; 13, ventrally bowed humerus; 14, open acetabulum; 15, broadened anterior trochanter, partially separated from femoral shaft; 16, fibular crest; 17, oblique distal surface of tibia; 18, fusion of distal tarsals to metatarsals.

terça-feira, março 14, 2017

Laboratório de MacroPaleontologia na NOVA

Decorreu ontem, dia 13 de Março de 2017, pelas 12:00 horas, no piso térreo do Departamento de Ciências da Terra da FCT - Universidade Nova de Lisboa a inauguração do "Laboratório Professor Miguel Telles Antunes - Laboratório de Macropaleontologia". Estiveram presentes, entre outros, o Sr. Diretor da FCT -UNL, Prof. Fernando Santana, o Director do Departamento de Ciências da Terra, Prof. José Carlos Kullberg e, naturalmente, o homenageado, Prof. Miguel Telles Antunes.

Laboratório de Macro Paleontologia de Vertebrados - FCT UNL

quinta-feira, março 09, 2017

Duas novas espécies de foraminíferos do Jurássico de Portugal


Foram agora reportadas duas novas espécies de foraminíferos do Jurássico de Portugal:
Globuligerina tojeiraensis sp. nov. e Conoglobigerina grigelisi sp. nov. do Kimmeridgiano da Formação de Tojeira, em Montejunto por Felix M. Gradstein.



Globuligerina tojeiraensis sp. nov. e Conoglobigerina grigelisi sp. nov. (Gradstein 2017)


Estes foraminíferos pertencem ao clade Globigerinida que são encontrados como plâncton marinho. Produzem testes hialinos calcários e são conhecidos como fósseis a partir do período Jurássico. O grupo incluiu mais de 100 géneros e para cima de 400 espécies, das quais existem actualmente cerca de 30 espécies. Um dos géneros mais importantes é Globigerina; Vastas áreas do fundo do oceano são cobertas com Globigerina, dominado pelas conchas de formas planctônicas.

Gradstein, F.M., 2017. New and emended species of Jurassic planktonic foraminifera. Swiss Journal of Palaeontology, pp.1-25.

quarta-feira, março 08, 2017

Ovos fósseis de Portugal mostram uma evolução muito lenta dos ovos de crocodilo desde o Jurássico


Uma nova pesquisa com ovos fósseis de Portugal com 152 milhões de anos mostrou que se tratam de parentes próximos dos crocodilos e que seu tipo de ovo mudou muito pouco desde então. Os ovos foram encontrados nas rochas do Jurássico Superior nas arribas costeiras do oeste de Portugal.

Os ovos agora descritos foram encontrados em rochas cerca de 152 milhões de anos de idade tornando-os os mais antigos ovos fósseis de crocodilomorfos conhecidos até agora. Os crocodilomorfos são o grupo do antepassado comum a todos os crocodilos. O ovo mais antigo deste tipo que se conhecia até então era do Texas e tinha cerca de 112 milhões de anos. Assim, a nova descoberta de Portugal alarga o conhecimento deste tipo de ovos em cerca de 40 milhões de anos.
Postura de ovos de crocodilomorfo.


Um dos aspectos mais notáveis ​​destes ovos é como são semelhante aos de crocodilos modernos, indicando que a evolução da morfologia do ovo foi muito lenta e que mudou muito pouco nos últimos 152 milhões de anos de história dos crocodilos e dos seus antepassados. Obviamente, há um certo grau de variação entre ovos diferentes, por exemplo, no tamanho do ovo ou mudanças microscópicas na casca do ovo, mas as características morfológicas fundamentais são as mesmas. Os ovos foram considerados ligeiramente diferentes de quaisquer outros ovos previamente descritos, portanto, foram consideradas duas novas oospécies, que são equivalentes a novas espécies, mas apenas aplicadas aos ovos.



De facto, o registo fóssil diz-nos que os crocodilos e seus parentes (formando o grupo maior dos crocodilomorfos) eram muito mais diversos no passado, com diferentes hábitos alimentares, distribuição de nicho ecológico ou morfologia. "Este estudo mostra que os ovos permaneceram praticamente inalterados ao longo da evolução do grupo durante pelo menos os últimos 150 milhões de anos" diz João Russo, o primeiro autor do estudo, que resulta da tese de Mestrado em Paleontologia.

Suchoolithus portucalensis, oogen. and oosp. nov.

A tese, que foi orientada por Octávio Mateus da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, e co-autor do estudo publicado na revista PLOS ONE, mostrou através de uma análise microscópica detalhada que algumas destas cascas de ovos são quase idênticas aos crocodilos modernos, como o aligator. Além disso, um dos espécimes descritos é um dos melhores exemplos de uma postura não eclodidas e também uma das mais pequenas pois cada ovo é do tamanho de um polegar. Alguns ovos tinham restos de embriões, mas demasiados pequenos e fragmentados para serem identificados com mais detalhe.

A colecção de fósseis do Museu da Lourinhã, em Portugal, já é conhecida pelo extenso e único registo de ossos e ovos de dinossauros do Jurássico Superior, incluindo a presença de ninhos e embriões, mas os ovos de crocodilomorfos do Jurássico eram praticamente desconhecidos até agora.

Referência: Russo, Mateus, Marzola and Balbino. 2017 Two new ootaxa from the Late Jurassic: the oldest record of crocodylomorph eggs, from the Lourinhã Formation, Portugal. PLOSONE.

As primeiras mulheres na paleontologia de Portugal

Neste Dia da Mulher (8 de Março) fazemos uma referência às primeiras mulheres que trabalharam em fósseis de Portugal. Estas foram as pioneiras na paleontologia de Portugal:


Geneviéve Termier (1917-2005)
Geneviéve Termier (n. 2 de Abril de 1917, Paris; f. 27 de Maio de 2005)
Geneviéve Termier 
Trabalhou com espongiários do Jurássico com Miguel Ramalho e com Berthou nos moluscos do Cenomaniano.
Autora de:
Termier, G., Termier, H. and Ramalho, M., 1985. Spongiofaunes du Jurassique supérieur du Portugal. Comunicações dos serviços geológicos de Portugal, 7, pp.197-222.
Termier, H., Termier, G. and Ramalho, M., 1985. Sur les spongiofaunes de l'Oxfordien supérieur et du Kimmeridgien du Portugal; description du Neuroporidé Periomipora elegantissima nov. Comptes rendus de l'Académie des sciences. Série 2, Mécanique, Physique, Chimie, Sciences de l'univers, Sciences de la Terre, 300(19), pp.975-980.
Fonte: http://www.rareresource.com/paleontologists/Genevieve-Termier.html


Catharina Groot (1921?-2002?)
Catharina R. Groot publicou com Johan J. Groot um único trabalho em Portugal, sobre microfósseis de plantas do Cretácico. O contexto leva-nos a deduzir, que se trata de sua esposa. Publicou muitos trabalhos com ele.
Obras publicadas:
Groot, J. J., & Groot, C. R. (1962). Plant microfossils from Aptian, Albian and Cenomanian deposits of Portugal.

Joaquina Monteiro de Andrade (1922-?)
Joaquina Borges Baltazar de Pinho Montenegro de Andrade (1922- ) foi autora de:
de Andrade, M. M., & de Andrade, J. B.M. (1957). Estado actual dos conhecimentos sobre a paleontologia de Angola.

Nicole Grambast-Fessard (1927-2010)
Nicole Grambast-Fessard, nasceu em Paris em 1927 e morreu a 10 de agosto de 2010 em Montpellier. Estudou carófitas.
Autora de:
Grambast-Fessard, N. and Ramalho, M., 1985. Charophytes du Jurassique supérieur du Portugal. Revue de micropaléontologie, 28(1), pp.58-66.
Grambast-Fessard, N., 1980. Quelques espèces de Clypeator Grambast (Clavatoraceae) et les charophytes associées du Crétacé inférieur du Portugal. Revue de Micropaléontologie, 23(1), pp.33-47.
Grambast-Fessard, N., 1980. Quelques espèces de Clypeator Grambast (Clavatoraceae) et les charophytes associées du Crétacé inférieur du Portugal. Revue de Micropaléontologie, 23(1), pp.33-47.
Grambast, L. and Grambast-Fessard, N., 1972. Étude sur les Charophytes tertiaires d'Europe occidentale (Vol. 1). Laboratoire de paléobotanique, Université des sciences et techniques.


Solange Vallin
Dedicou-se à paleobotânica. Baptizou algumas espécies de vegetais fósseis como Cupressinoxylon lusitanensis Vallin 1966 e Leguminoxylon teixeirae Vallin.
Artigos publicados:
Vallin, S. 1965. Sur une Cupressaceae fossile du Portugal. Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Vol. XVI, 1965, p. 125-136
Vallin, S., 1965. Sur une Legumineuse fossile nouvelle du Portugal. Bol. Soc. geol. Portugal, 16, pp.111-24.
Boureau, E. and Vallin, S., 1965. Sur la presence du Leguminoxylon aff. schoelleri Boureau au Portugal. Bol. Soc. geol. Portugal, 16, pp.137-52.
Vallin, S., Contribution à l'étude des flores fossiles du Portugal: Les Cupressinoxylon, répartition stratigraphique, intérêt paléoclimatique (Doctoral dissertation).
Vallin, S., Contribution à l'étude des flores fossiles du Portugal.

terça-feira, março 07, 2017

Dinossauros da Lourinhã em exposição em França



Decorrerá, entre 18 de Março e 8 de Abril, na vila francesa de Deuil-La Barre, a exposição "Jurassic Deuil", fruto da colaboração entre a Câmara Municipal da Lourinhã, a congénere francesa de Deuil-La Barre, nos arredores de Paris, e o Museu da Lourinhã. Apresentar-se-à ao público com actividades diversas que incluem ateliers temáticos, exposições e conferências.

Programa completo disponível aqui.




Segundo o site do Museu da Lourinhã:

Exposição do Museu da Lourinhã viaja até França!
No âmbito do protocolo de geminação existente entre os Municípios da Lourinhã e de Deuil-la Barre (França), o Museu da Lourinhã e estas duas entidades abraçaram o projeto de levar de novo a Lourinhã a terras francesas, através da realização de uma exposição temporária de paleontologia intitulada “Os Dinossauros da Lourinhã em Deuil-la Barre”. Esta exposição decorrerá entre os dias 18 de março e 8 de abril do corrente ano, simultaneamente em dois espaços distintos da vila francesa.

Num dos espaços, onde estará patente a exposição propriamente dita, o público poderá apreciar vários fósseis e réplicas de algumas das espécies mais emblemáticas da Lourinhã, como sejam o Lourinhanosaurus antunesi, o Miragaia longicollum ou o Zby atlanticus. Também estarão presentes réplicas de crânios de Ceratossauro e Brachiosauro, ossos longos doutras espécies, pegadas e invertebrados, assim como de ovos de dinossauros!
Na outra sala, dirigida principalmente ao público mais novo, a exposição irá funcionar como um complemento contextual e pedagógico. O que é a geologia, o que é a paleontologia, porque a Lourinhã é tão rica em fósseis de dinossauro? São algumas das perguntas a que a exposição irá responder. As crianças poderão tocar em réplicas e até mesmo num fóssil, simular a descoberta e a escavação de fósseis numa caixa de areia! Serão ainda organizados ateliers para os mais novos, afim de encenarem trabalhos de preparação de fósseis.
Finalmente, dois dos nossos investigadores, Octávio Mateus e Bruno Pereira, irão estar presentes em dois momentos distintos, para apresentarem a riqueza do espólio da Lourinhã e de Portugal. Outros investigadores franceses também irão conferenciar sobre temas da paleontologia.

Este é um grande trabalho de colaboração para estreitar os laços entre as nossas comunidades e divulgar mais uma vez o nome e o trabalho do Museu da Lourinhã além-fronteiras!

exposição temporária Museu Lourinhã em França


Fontes:
http://www.deuillabarre.fr
http://www.museulourinha.org
http://www.leparisien.fr/deuil-la-barre-95170/deuil-la-barre-veut-devenir-la-capitale-europeenne-du-dinosaure-05-02-2016-5518505.php